Dia Nacional da Mata Atlântica reforça a importância da preservação do bioma

A floresta, que reúne uma das maiores biodiversidades do mundo, conserva apenas 12% da sua área original

A Mata Atlântica, um dos biomas mais importantes do Brasil, reúne uma das maiores biodiversidades do mundo, tanto de espécies vegetais quanto de animais. Esse patrimônio ambiental da humanidade, no entanto, vem sendo ameaçado — atualmente, a mata ocupa apenas 12% da sua área original. O Dia Nacional da Mata Atlântica, comemorado em 27 de maio, é uma oportunidade de refletirmos sobre a importância da sua preservação para o equilíbrio do ecossistema.

Luiz Antonio Gerardi Junior, professor de biologia e coordenador do SOS Mater, explica que, antes da chegada dos europeus ao Brasil, a Mata Atlântica abrangia uma enorme área, que se estendia do Nordeste, mais ou menos da região do Ceará, até o Rio Grande do Sul.

“A primeira floresta que foi impactada com a chegada dos colonizadores foi justamente a Mata Atlântica, por se localizar na costa do país. Ou seja, a primeira árvore que foi derrubada foi uma árvore da Mata Atlântica. Aí já tem uma questão simbólica importante. E, de lá para cá, isso não parou mais. Esse processo de degradação foi ininterrupto até hoje.”

Seguindo uma linha cronológica, essa exploração começou com a extração do pau-brasil e depois passou para a procura do ouro no interior do país. Em seguida, vieram o cultivo do café e a expansão da pecuária. “Todas essas atividades tiveram como consequência a derrubada da floresta para o povoamento e para a construção de estradas e rotas comerciais. Atualmente, o desmatamento está mais relacionado à agricultura e à expansão urbana”, afirma o professor.

De acordo com ele, a região da Mata Atlântica é a que possui a maior densidade populacional do país, concentrando mais ou menos 70% da população brasileira. “Em algumas áreas, como no complexo da Cantareira, no estado de São Paulo, onde está localizada a cidade de Guarulhos, ela é considerada a maior floresta urbana do mundo”.

Além da questão da biodiversidade, a devastação que afeta a Mata Atlântica também causa impactos na qualidade do ar e da água. “A Mata Atlântica é responsável pela regulação do clima e pelo abastecimento de água da região. Em São Paulo, quase metade do abastecimento depende do complexo da Cantareira, que é permeado pela floresta”, pontua o professor.

“Isso é bem emblemático, pois dependemos dessa floresta para a nossa sobrevivência. Precisamos que ela esteja preservada ou, pelo menos, dentro de projetos de reflorestamento para que a gente continue tendo uma qualidade do ar adequada e abastecimento de água na cidade. Fazer o monitoramento da mata, fortalecer a legislação que a protege — e não afrouxar as leis — é o que mais necessitamos atualmente”, completa.

Gerardi conta que o Mater Amabilis realiza iniciativas para estreitar a relação dos alunos com o contexto da Mata Atlântica. Entre elas estão os estudos do meio no Parque Estadual da Cantareira, para entender a questão da biodiversidade e ver a expansão urbana, a observação de aves (Projeto Anhuma) e o trekking no local. “Abordar a temática na escola é fundamental para que os alunos compreendam a importância da floresta, apoiem as medidas de proteção e lutem pela sua preservação.”

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