No Mater, questões de gênero e feminismo são tratadas dentro e fora da sala de aula

Colégio aborda temática em atividades pedagógicas, trabalha sob a perspectiva de uma educação voltada à cidadania e acolhe as manifestações espontâneas das alunas

 

No Mater Amabilis, o trabalho com as questões relacionadas a gênero, desigualdade, representatividade e empoderamento feminino — que ganham uma visibilidade maior nesta semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher — acontece não só a partir das iniciativas pedagógicas da escola, mas também das próprias estudantes. “Nossas alunas costumam ser muito engajadas com essas pautas, e muitas vezes os movimentos de discussão surgem espontaneamente por parte delas”, diz Maria Helena, professora de ética e cidadania, filosofia e sociologia do colégio.

Ela conta que, no ano passado, as meninas se juntaram em uma roda de conversa para discutir a cultura do assédio. Uma aluna do 9o ano teve a ideia de colocar uma caixinha nos banheiros da escola para que as meninas pudessem compartilhar alguns sentimentos e vivências relacionadas à desigualdade de gênero. Neste ano, por conta da pandemia, as atividades estão sendo mais pontuais, mas essas temáticas continuam sendo tratadas nas aulas de ética e cidadania e nos cursos de filosofia e sociologia.

“O foco dessas matérias é justamente discutir uma sociedade mais justa e igualitária, pautada nos direitos humanos. A escola é o espaço de formação para o mundo e para a cidadania. A questão de gênero perpassa muitas discussões e, atualmente, ela tem sido muito perseguida pelos discursos mais autoritários e conservadores, que são contra o empoderamento da mulher e a igualdade de gênero, principais lutas do movimento feminista”, destaca a professora.

Segundo ela, também é fundamental lembrar que a desigualdade de gênero não afeta só as meninas, mas também os meninos, porque muitos são colocados em uma situação de pressão para que tenham determinada postura para não serem julgados em uma sociedade que é muito machista.

Outro aspecto que mostra a relevância de abordar esse tema na escola, de acordo com Maria Helena, é a comercialização dessa data, que esvazia o seu sentido simbólico. “O 8 de março marca as lutas das mulheres por igualdade. Trabalhamos a história do movimento feminista, que é um movimento social.”

Além de tudo isso, ela também observa que o assunto tem aparecido com frequência nos vestibulares. “Todo ano a gente encontra nas provas do Enem uma questão que discute a desigualdade e como esses padrões de gênero foram sendo construídos ao longo da história.”

Para ela, considerando que os vestibulares estão cada vez mais críticos, isso acaba sendo um trabalho muito tranquilo de ser feito no Mater, pois une o fato de ser uma escola que prepara muito bem para os vestibulares com o foco no desenvolvimento de valores de cidadania nos estudantes. “É um assunto vinculado à liberdade e aos direitos fundamentais, que fazem parte da nossa pauta dentro da escola”, finaliza.

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