Crise do coronavírus motiva reflexão sobre responsabilidade social

É importante ter consciência de que as ações individuais geram efeitos para a coletividade; buscar informações confiáveis também ajuda a compreender e lidar com o problema

A situação pandêmica que estamos vivendo nos leva a pensar sobre várias questões, como a importância de termos informações corretas para agir de acordo com as orientações dos especialistas em saúde e a responsabilidade de cada um em cooperar para o bem de todos nesse momento de crise.

“Diante desse cenário, é preciso entender que as novas regras são indispensáveis e, por mais difíceis que sejam, temos que levar em conta a nossa grande capacidade de adaptação”, diz Luiz Antonio Gerardi Junior, professor de biologia e coordenador dos projetos socioambientais (SOS Mater) do Colégio Mater Amabilis. “Porém, o tempo vai passando, vamos nos acostumando ao quadro que se estabeleceu e é aí que mora o perigo”, alerta.

Ele avalia que muitas pessoas tomadas por uma sensação de falsa segurança já estão afrouxando o cumprimento das regras de isolamento social e colocando toda a cadeia de contenção em risco. “É imprescindível que todos entendam esse conceito, pois o encadeamento de ações depende principalmente da responsabilidade de cada um de nós.”

O professor destaca que tanto a boa quanto a má atuação individual refletirá na coletividade, pois cada pessoa que desobedece desnecessariamente as regras coloca em risco dezenas de outras pessoas, que se multiplicarão em centenas e depois em milhares. “Além disso, se esse encadeamento de desobediências aumentar, certamente vai demorar muito mais para sairmos do isolamento. Veremos o número de casos crescer vertiginosamente e, o pior, todo o sistema de saúde entrará em colapso, incluindo os necrotérios e cemitérios”. Nesse contexto, ele aponta que é importante refletirmos sobre como podemos nos informar com fontes confiáveis e exercer nossa responsabilidade social.

Ele sugere que os alunos, por exemplo, busquem informações em sites de instituições renomadas, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), o National Institutes for Health (NIH) e o próprio Ministério da Saúde. “As redes sociais, apesar de práticas, talvez não sejam boas opções, pois estão repletas de informações falsas ou inconsistentes, e fica difícil para quem não é da área fazer a filtragem desses conteúdos”.

As informações confiáveis podem ser discutidas e interpretadas em família, aumentando o entendimento e o dimensionamento da questão e permitindo verificar se as medidas de proteção adotadas são adequadas e, se necessário, incorporar novas ações. Em seguida, os alunos podem selecionar esses materiais seguros, lembrando de anexar as fontes, e compartilhá-los com familiares e amigos.

Outro ponto importante, segundo ele, é compreender que a responsabilidade social vai além do cumprimento das regras de isolamento. “Não podemos ignorar o fato de que uma parcela expressiva da nossa sociedade está sofrendo privações de subsistência e não está conseguindo manter a alimentação e a higienização adequadas. Essas pessoas estão impossibilitadas de se protegerem efetivamente da contaminação.”

Para Gerardi Junior, nesse contexto, é fundamental que os pais exponham esse quadro social aos seus filhos, ampliando sua visão da realidade e convidando-os ao exercício da empatia e solidariedade. “Os alunos e familiares podem pesquisar sobre iniciativas para auxiliar os mais vulneráveis. Uma sugestão são as campanhas e as instituições assistidas pelo SOS Mater. As ações desses grupos são acompanhadas pelo colégio ao longo do ano”, recomenda o coordenador.

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